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LINGUAGEM , LUGAR DE VIDA - Página de posts em Saúde


LINGUAGEM , LUGAR DE VIDA - Página de posts em Saúde
" terapeuta é aquele que independente do golpe orgânico , investe e aposta simbolicamente no humano, ainda que a ciência o tenha desenganado" Garrido, 2010

1- GAGUEIRA NA INFÂNCIA

Há algo de benigno na gagueira fisiológica: algumas considerações baseadas na

experiência clínica

Fga. Ms.Aline Garrido

Fonoaudióloga, Mestre em Fonoaudiologia pela PUC-SP

Instituto de Psicologia e Fonoaudiologia

garridoaline@yahoo.com.br

Entre os profissionais fonoaudiólogos são frequentes as discussões acerca dos

quadros de gagueira fisiológica. Esta pode ser observada em crianças bem pequenas, em

processo de aquisição de linguagem. Alguns autores descrevem que esta pode ocorrer

até os 3 anos sem prejuízos futuros, outros até quatro anos de idade e muitos até os

completos 5 anos de idade quando o quadro fonêmico estivesse completamente

instalado.

Na rotina de consultório , a verdade é a de que recebemos famílias de pacientes,

angustiados , em épocas diferentes das faixas etárias acima descritas. Portanto,

recomenda-se avaliar, intervir e encaminhar a criança considerando não só referências

estritamente cronológicas, mas também toda história pregressa considerando as

influências bio-psíquicas da constituição subjetiva destas crianças em período crítico de

maturação corporal, neurofisiológica e psíquica.

As queixas são similares, muitas vezes repletas de fragmentos do imaginário

popular, dos “pré-conceitos” que circundam o tema das disfluências: os pais buscam

informações com parentes, partem para busca de tratamento munidos de artigos

científicos, elencam observações baseadas em textos informativos, relembram cenas

fortes de possíveis traumas.

É comum que eu peça aos pais que descrevam o perfil comunicativo de seus filhos.

Essas informações parecem se repetir e norteam o início de uma escuta. Geralmente ,

sobre esta disfluência dos primeiros anos , descrevem:

– “gagueja sempre no início da frase, do que vai começar a falar”

– “andou rápido mas demorou para falar”

– “ tinha dificuldades de locomoção, engatinhou com dificuldade mas falava”

– “gagueja quando vai falar palavra nova ou difícil”

– “ empaca quando está sob pressão e desiste mudando de assunto”

– “aconteceu de repente, vinha aprendendo a falar dentro do normal para idade”

– “tem vocabulário , é inteligente mas passou a ficar inseguro depois que o cachorro lhe

mordeu”, “depois que o pai passou a trabalhar fora da cidade”, “ quando nos

mudamos”, “quando o padrinho faleceu”.

Escutando essas demandas nas entrelinhas das queixas descritas podemos fazer

algumas considerações certamente mais técnicas sobre referências semelhantes :

1) A GAGUEIRA FISIOLÓGICA CONVOCA O OLHAR PARA A RELAÇÃO

SUJEITO\CORPO: Diante da experiência clínica e da recorrência de queixas como

as descritas inclino-me a considerar a gagueira fisiológica como um sintoma. Essa

postura , a meu ver, desmistifica e favorece o tratamento da mesma. Tiramos esse

transtornos do estatuto da doença, instalada, para o de transtorno passageiro e

inerente ao desenvolvimento infantil e maneira geral. Ora, considerarmos o sintoma

como um sinal que demanda o olhar para o corpo e a relação do sujeito com o

mesmo.

2) A RELAÇÃO ENTRE FALAR\ANDAR: Nas entrevistas e atentos à história da

família e da criança nos deparamos com informações que ressaltam a relação

indissociável entre linguagem,corpo e psiquismo afetando-se mutuamente para

“formar”, “organizar” essa criança. O que irei dizer agora, pode ser tema para um

artigo inteiro e denso, mas é uma consideração importante: observei , ao longo da

prática clínica, que a gravidade dos casos , ou talvez sua intensidade , parece estar

relacionada à concomitância esperada entre o falar\andar. Este sintoma pode

“abrir” os olhos e as orelhas do fonoaudiólogo para avaliar e intervir em relação à

CONSCIÊNCIA CORPORAL E O DESENVOLVIMENTO INFANTIL da criança que

apresenta este tipo de disfluência.

3) DE OLHO NA INSTABILIDADE BIO-PSÍQUICA: Comento com os pais que

exigimos muito , hoje , das crianças modernas, a meu ver. E esta é uma opinião

extremamente pessoal. O infantil tem tempo curto em seus imaginários. O corpo e

o controle de suas funções devem ser adquiridos o quanto antes. Costumo

orientá-los em relação à disfluência, desenhando um pano de fundo, contando-lhes

praticamente a história do nosso corpo:

“ observem que as crianças nestas idades ainda se desequilibram com facilidade,

apresentam uma diferença entre o crescimento crânio-encefálico e o corpo

( costumo dizer que é a fase em que estão cabeçudinhos, a fase que o crescimento

está mais concentrado nesta região) uma vez que é a fase de maturação das

funções cerebrais. Pois então queridos pais, paralelamente reparem que as

crianças querem ser mais independentes nesta fase , e que , apresentando

intenção de deslocarem-se sozinhas pela casa podem desequilibrar-se, tropeçar,

há uma instabilidade neste sentido ainda. A linguagem tem seu componente

cerebral e assim como ocorre com o corpinho. Portanto pode ocorrer de as

crianças tropeçarem ao falar, e aos nossos ouvidos assemelha-se com esta

gagueira”

Com os pais um pouco mais calmos, neste ponto do processo terapêutico a

pergunta dirigida ao fonoaudiólogo é, “então o que fazemos?”

Na literatura podemos encontrar indicações desde orientação aos pais, estimulação

e tratamento. Com base nestes estudos, com a intensa demanda de encaminhamentos

de pais, profissionais de saúde e escolas de casos semelhantes desenvolvi algumas

condutas em caso de confirmação este diagnóstico. Ora, se eu considero a gagueira

sintoma devo tratá-lo, auxiliar no processo de ressignificação do mesmo auxiliando

criança e família a superar este transtorno ou em casos que se manifestou por outros

problemas, especialmente psíquicos associados, orientar família e tratar junto com outros

profissionais de deslocá-lo.

Avaliação, orientação aos pais, estimulação de linguagem, e nas criança já mais

velhas fonoterapia. Justificando e descrevendo:

• Avaliação : Realizamos entrevista com os pais com a criança presente ( vocês vão se

surpreender com o que acontece nessas cenas), primeiras sessões de entrevista com

a criança sozinha. A intervenção fonoaudiológica já tem início na avaliação, uma vez

que como disse em artigos anteriores, tenho por prática entrevistar a criança. Por

meio de atividade dialógica, linguagens gráficas, artes plásticas e o brincar em geral

oferecemos a criança uma escuta diferente da dos pais, não simbiótica.

• Orientação aos pais, familiares e professores: em se tratando de crianças pequenas,

promovo uma devolutiva de orientação aos pais e relaciono todos aspectos da

comunicação. Nos casos de crianças mais novas até os 3 anos , em que identificamos

o processo de disfluência no inicio e relacionado apenas a instabilidade a qual nos

referimos solicitamos aos pais que : promovam,por exemplo, atividades de brincadeira

dirigida em que valorizem-se traços suprasegmentares da fala com músicas temáticas,

reforçar entonação da fala do adulto , reforçar diferenças fonêmicas durante

brincadeira com onomatopeias , em brincadeiras que reproduzam o cotidiano. Em

relação à fala espontânea, orientações do tipo: não valorizar o momento da

disfluência, pedindo para que a criança respire ou com outra conduta semelhante.

Quando família e escola aderem a estes procedimentos a criança tem auxílio para

superar esta instabilidade e retornam em 7 ou 15 dias mais seguras para o processo

de alta. O que reforça o caráter momentâneo deste sintoma. Um sintoma que pode

até descrever uma etapa do desenvolvimento a criança.

• Estimulação de Linguagem (caráter preventivo): Após confirmação de diagnóstico

em crianças entre 3 e 4 anos, caminhando para o final da instalação do quadro

fonêmico iniciamos um processo e estimulação de linguagem no qual também estão

incluídas as orientações a família mas com sessões de fonoterapia mais frequentes. A

ênfase neste processo é a de consolidação de uma postura comunicativa da família

em relação a criança e de aspectos como promoção do processamento auditivo

central, consciência fonologica, integração inter-henisférica , variação de papéis de

interlocução e seu desempenho nessas atividades, promoção do vocabulário esperado

para idade entre outros dependendo do caso.

• Fonoterapia: indicada para as crianças caminhando para os 5 anos, com outros

transtornos de linguagem associados.

Tenho estudado este assunto , discutindo com outros colegas , somos receosos em

“deixar passar” casos de gagueira , digamos no senso comum, clássicos. Acredito que

esta conduta pode evitar isso. Contudo, também destaco que das discussões de casos

clínicos com colegas e nossa equipe, acreditamos que não se deve “fechar” um

diagnóstico de gagueira até os 7 anos de idade ( final do processo de maturação

neurofisiologica e do desenvolvimento corporal global). Até o momento, temos pesquisado

e atuamos como indicado acima. As crianças mais velhas são acompanhadas , avaliadas

em diversos momentos , auxiliamos até que se alfabetizem ( também por volta desta

idade) para definir pela alta ou confirmação de novo diagnóstico.

Considerações : este ensaio tem por objetivo discutir condutas, valorizar a prática

clínica e estimular outros profissionais a discutirem este tema. Gostaria que essas

primeiras considerações levassem o leitor a raciocinar clinicamente comigo em relação às

questões acima descritas.

Garrido, Aline. Disponível na internet:

www.ipfcursosvale.blogspot.com. Coluna Linguagem,

lugar de vida.São José dos Campos,SP,26 de Março,2011.


2- Diagnóstico e Clínica Fonoaudiológica
O nome da dor

Fga. Ms. Aline Garrido
Instituto de Psicologia e Fonoaudiologia

Falando em diagnóstico geral. Muitas vezes aquele que dá as caras na fala dos pacientes rebuscado de afeto, nas entrelinhas da queixa. Mesmo que geralmente seja milimetricamente repetido com as palavras do rigor científico.

“ Ele não fala porque é autista”, “ por causa da esquizofrenia que a consome não desenvolveu motricidade fina”, “ nesta síndrome há prejuízos no desenvolvimento global, como o dele”... esses são alguns exemplos de queixas de paciente encaminhados ao atendimento fonoaudiológico que me chamaram atenção. Comecei a observar algumas relações:

1- ora a doença pode sobressair-se ao humano?
2- saber o cerne orgânico do problema tem diferença na evolução do tratamento fonoaudiológico?
3- quais os efeitos de se nomear a doença do paciente para ele e\ou sua família?

Buscarei responder estas questões, sem pretensões de rigor acadêmico, promovendo o raciocínio clínico, aproximações. Farei isto narrando-lhes a história clínica de um paciente de 3 anos, que chamaremos de Titi.

Titi, loiro, olhos azuis, pequeno, inquieto, com medo de pisar, caminha com difculdade por insegurança, levava qualquer objeto independente da rigidez, tamanho ou cor à boca e batia repetidamente na fronte. Não expressava-se verbalmente, porém reproduzia entonações e agitava seu corpo na tentativa de fazer-se entender.
Inicialmente os pais de Titi desconfiavam de uma alta miopia e dificuldades devido a nistagmo acentuado que o impedia de concentrar-se e possivelmente de desenvolver-se dentro dos padrões de normalidade para a idade.
Começamos a nos encontrar semanalmente e a cada dia ficava mais convencida de que se tratava de um caso de baixa visão predominantemente, mas com outros transtornos orgânicos e psíquicos associados. Totalmente co-relacionados, indissociáveis em qualquer relação que se queira discutir ou estabelecer.
Ouvimos e lemos diversos artigos e textos de colegas, inspirados na psicanálise, sobre o luto antecipado pela perda do filho narcisicamente ideal, pelo impacto de uma diagnóstico de golpes orgânicos severos. Observava a imobilidade dos pais diante da situação. A angústia da mãe em “saber porque ele agia dessa forma”, manifestando certo sentimento de culpa “ da onde vem essa dificuldade?, do cérebro?” Perguntava inúmeras vezes, ansiosa.
Buscava , como terapeuta, respondê-la baseada em minhas observações e potencializando o que a criança era capaz de produzir , tentando escapar da armadilha de se elencar apenas aquilo que a criança não podia fazer naquele momento, Enquanto as sessões se desdobravam estudava e discutia o caso com colegas buscando experiências parecidas para troca.
Durante cerca de um ano , um ano da incerteza, atendia Titi buscando melhores ângulos de campo visual, adaptando técnicas conhecidas em relação ao atendimento de crianças com baixa visão. Criando e deixando criar um espaço único de acordo com as demandas específicas de Titi.. Buscando contê-lo, auxiliar na organização. A mãe sábia, apesar de novíssima percebia “é difícil ele se organizar porque nem nós sabemos como agir”.
Já havíamos buscado interesse de diversos profissionais de diversas em nossa cidade, sem sucesso. O mínimo , a atenção ao diferente, à exceção não era conseguida . A medicina interiorana não se comprometia. Juntou-se o recurso financeiro após alguns meses de esforço dos pais e foram à capital em busca de médicos mais especializados.
Encaminhado para neuro-oftalmologista, psiquiatra infantil e neurologista , somente aos 3 anos e graças a um profissional que ainda não perdeu a essência do cuidar em saúde, a desconexão a qual a mãe tanto referia e observávamos passou a fazer sentido. E eu digo, começava a fazer sentido racionalmente mesmo. Após as férias Titi retorna aos atendimentos com óculos adaptado , com indicação cirúrgico para um nistagmo gravíssmo, e com diagnóstico de uma síndrome raríssima na qual estão descritos : displasia ocular, atraso no desenvolvimento neuro-psico-motor, atraso de linguagem, crises convulsivas entre outros.
Saber o diagnóstico trouxe a pílula da cura? Sabemos que não. Mas para os pais e para a criança funcionou como um norte. Veja uma das declarações : “ Agora eu sei de onde partir para cuidar do meu filho. Antes eu achava que ele não comia certo alimento porque podia ser alérgico devido a tantos problemas; hoje sei que não. Eu mesma o restringia , achava que tudo pudesse fazer mal. Antes não saía com ele de mãos dadas, só no colo porque caía, achava que a qualquer momento pararia de andar” .

Portanto, respondendo às três questões iniciais, sem pretensão de estabelecer verdades generalizadas. Neste caso, observou-se :

1- A doença não pode sobressair-se ao humano, de forma alguma. Mas a racionalidade também é humana. Poder nomear aquilo que acontece com seu corpo pareceu ser libertador em muitos casos.
2-Nesse caminho, saber o que tenho para poder tratar. Tenho febre, sei medicar. Para o atraso de linguagem não tem drágeas , mas sabendo que agravado pela baixa visão e crises convulsivas do tipo ausência que me fazem “perder” o eixo, o foco, permite que o outro possa compreender que talvez eu precise de uma atenção especial e alguma postura diferenciada para me proporcionar tal desenvolvimento.
3-Os efeitos da nomeação diagnóstica parece estar relacionada a organização de um corpo que contém o psíquico. E estes inter-relacionados vão se organizando. A linguagem dirigida sobre ele e para ele sai do âmbito da incerteza ( que não é produtivo para o desenvolvimento da linguagem) para o do cuidado.

Concluo que, muitas vezes, como neste caso, o fonoaudiólogo pode vir a ser o profissional de referência que sabiamente deve orientar os encaminhamentos no suporte ao paciente.

Já teve dor de cabeça sem saber a origem? Um remédio pode sanar o sintoma por algumas horas, mas ficamos pensativos sobre o porquê, a origem da dor. Comeu uma fruta , melhorou. Era fome. Eu compreendi o que meu corpo pedia. O que o corpo de Titi pedia a ele? Como se movimentavam seus desejos ali?

No início Titi era considerado autista, numa repetição , cola de prontuários. Diagnóstico estabelecido , segundo o responsável clínico, somente pela característica de seus comportamentos. Coube ao fonoaudiólogo afastar a criança e aqueles que dirigiam a ele desta nomeação limitante. Isso foi feito por meio da promoção de terapia fonoaudiológica baseada na atividade dialógica espontânea, que considera toda manifestação corporal como linguagem dentro de um contexto. A aposta simbólica de que Titi conseguiria cumprir ou transpor caminhos ou descaminhos. Esta atitude , extremamente terapêutica pareceu contribuir para o diagnóstico preciso que não mais o limitava, mas libertava.

Garrido, Aline. Disponível na internet: www.ipfcursosvale.blogspo.com. Coluna Linguagem, lugar de vida.São José dos Campos,SP,Março,2011.


3- ESTIMULAÇÃO PRECOCE DE BEBÊS CONSIDERADOS GRAVES E DE PROGNÓSTICO SOMBRIO


A técnica fonoaudiológica à luz da teoria psicanlítica
Fga.Ms. Aline Garrido


Este ensaio é o resumo de algumas aulas, supervisões e discussões de casos clínicos sobre o tema em questão. Insisto na característica de ensaio, sem pretensão de estabelecer verdades absolutas. Um ensaio, uma tentativa de conversar sobre a clínica.

A clínica com crianças muitos pequenas , bebês até 2 anos de idade, culturalmente é tratada como uma clínica de estimulação. Não me aterei à discussão da utilização de tal termo, existem discussões pertinentes e abrangentes na literatura. Inclusive, esta terminologia é ultrapassada, mas nesta tentativa pareceu-me traduz melhor a intenção com este texto. Não tratar do caráter somente reabilitativo, culturalmente orgânico da fonoaudiologia, mas o caráter terapêutico de investimento soberano.

Em minha experiência clínica, a maioria das crianças encaminhadas para clínica nesta faixa etária está em processo diagnóstico de doença grave com prognósticos nada animadores. No decorrer desta conversa , destacarei técnicas, como passos importantes e que tenho utilizado nesses atendimentos.

Ao ler seus nomes e primeira manifestação da queixa feita na marcação da entrevista na agenda começam conjecturas e inúmeras hipóteses passam a tumultuar meu pensamento.

As entrevistas iniciais, nestes casos são semelhantes no sentido em que os discursos dos familiares são carregados de dor, ressentimentos e incertezas. O impacto de diagnóstico graves parecem promover bloqueios na projeção do futuro dessas crianças por parte de seus pais , os terapeutas começam a surgir nessa fase como um caminho, uma esperança.

Nesse sentido, destaco nossa importância. Frente à futuros incertos e de provável trabalho terapêutico intenso costumo salientar que, independente do golpe orgânico, fujamos das generalizações e das relações de causa efeito na relação doença \seqüela. Como?

PRIMEIRA TÉCNICA: Independente da gravidade da afecção a criança precisa ser entrevistada, escutada. Suas possibilidades elencadas independente da gravidade do transtorno orgânico.

Corpo, linguagem e psiquismo são indissociáveis e só sob essa concepção, essa escuta a qual me referi é possível. Um corpo nomeado pela síndrome não se desenvolveria tão satisfatoriamente, se comparada a um corpo sindrômico semelhante cujas seqüelas não são o foco do tratamento. Dessa forma , mesmo que funções necessitem ser restabelecidas, o humano sobressai à carne desinvestida de afetos. À sindrome não se dirigem desejos, ao sujeito, sim.

Isso parece ocorrer também com crianças submetidas a longas internações muito precocemente. Redução qualitativa das mais diferentes formas de afetamento, predominando a percepção e a repetição de afetos de dor, de separação ,de silêncio.

Nesse sentido, defendo a tal estimulação. No mínimo uma orientação a esses pais de que a promoção da linguagem deva se iniciar rapidamente.
No desenrolar do processo terapêutico, com vínculos estabelecidos, as queixas ficam mais claros e insisto, mesmo em se tratando de crianças muitos pequenas buscaremos identificar: quais são essas queixas? A quê e a quem se referem? A queixa dos pais relacionam-se com a demanda apresentada pela criança? Quais desejos, afetos direcionados a seu corpo e como estes se manifestam na linguagem desta criança?

Me pergunta a relevância destes questionamentos? Justifico relembrando-os de que o corpo dessas crianças extremamente frágeis ainda não apresenta imunidades orgânicas ou psíquicas. Foram bebês graves cujos golpes orgânicos colocaram suas vidas em risco. Fatalmente podem se tornar objeto de sintoma da ansiedade do adulto além das seqüelas orgânicas propriamente ditas.

Assim, tenho observado que como SEGUNDA TÉCNICA tanto no hospital quanto na clínica é importante atribuir à criança e às suas famílias significado ao sofrimento dos bebês via palavra. Esta atitude parece deslocar sintomas , pois esta palavra confere existência simbólica a corpos frágeis e perturbados.

Como TERCEIRA TÉCNICA pensaremos em atividades em que a linguagem não pode ser somente a da dor. A criança , na maioria das vezes, com essa idade, não é capaz de representar seus fantasmas por meio da linguagem. E quadros dolorosos podem ser agravados. Para tal, cabe aos terapeutas promover o deslocamento desses sintomas por caminhos infantis, quais sejam: brincar, rabiscar, desenhar, Ferramentas do mundo infantil que lhes possibilitam “descarregar”, elaborando.

Aproveitando-se dessas oportunidades de interação com a criança em atendimento, apresento a QUARTA TÉCNICA que consiste em considerar a relação sadia entre esquema corporal e imagem inconsciente do corpo. Precisamos trabalhar nessa relação pela via da palavra ,da linguagem para que mesmo que o paciente tenha sofrido golpes orgânicos intensos possa manter a imagem inconsciente do corpo sadia. Isso porque seus corpos, já estão marcados.

Considerar essa relação permite-nos trabalhar com a QUINTA TÉCNICA de promover o banho de linguagem por meio de experiências extremamente corpóreas, organizando-os.

Em suma, os princípios 1, 2, 3,4 e 5 consideram a linguagem como fundante do sujeito no sentido em que por meio da mesma é possível promover a organização dos afetos, a contenção de sensações corpóreas e representar o mundo ainda difícil de ser decifrado por essas crianças.

GARRIDO, ALINE. DISPONÍVEL NA INTERNET: www.ipfcursosvale.blogspot.com. Coluna Linguagem, lugar de vida! 21 de março de


CAMPANHA DA VOZ 2011
RESUMO DA ENTREVISTA À RÁDIO BANDEIRANTES SÃO JOSÉ DOS CAMPOS

4. IMAGINE-SE 1 DIA SEM SUA VOZ?

Fga. Ms. Aline Garrido


Costumo dizer aos meus pacientes que só percebemos a importância da nossa voz quando ela nos falta- quando ficamos afônicos, roucos, gripados, após um dia de trabalho...

Há vários tipos de incômodos vocais, das mais diversas origens , orgânicas e\ou psíquicas. Além disso conforme a sociedade evolui, conforme os dias e os hábitos humanos de vida e trabalho se modificam , modificam-se também os transtornos.

Com esta entrevista, com esta campanha, visamos oferecer informações a população em geral, de todas as idades, a fim de promover, identificar e tratar todos os problemas de voz, mas principalmente fazer com que as pessoas procurem seus otorrinos e fonoaudiólogos para serem avaliados corretamente , prevenindo-se acerca do câncer de laringe.

Assim, cuide da sua voz estando atento para os seguintes aspectos:

1- Primeiros sinais de problemas vocais:
· cansaço, ardor, dor, falhas,mudança tom,pigarro,rouquidão.
*na presença destes sinais procure um fonoaudiólogo imediatamente

2- Prevenção por meio da higiene vocal:
- acostume-se a ingerir 2l de água diariamente para manter as pregas vocais hidratadas prevenindo lesões, tenha um sono regrado, alimente-se bem , evite abusos vocais em situações de trabalho, lazer e em episódios gripais, o abuso de álcool e drogas também podem influenciar negativamente na saúde vocal.

www.ipfcursosvale.blogspot.com
garridoaline@yahoo.com.br
12 88509239
12 39234059
Abril de 2011

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